Golpistas disfarçados de manifestantes
Os atos de vandalismo e destruição ocorridos na noite de segunda-feira (12), em Brasília, após a diplomação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), são inaceitáveis e devem ser punidos com o mais alto rigor da lei. Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda estão inconformados com a derrota que sofreram nas urnas e querem implantar o caos no País. Não conseguirão. A realidade é simples: a democracia venceu.
As cenas de barbárie registradas na capital federal são vergonhosas. Manifestantes colocaram fogo em carros e ônibus e tentaram invadir o prédio-sede da Polícia Federal. Os responsáveis têm de ser presos imediatamente. Não é difícil identificá-los. Muitos deles são integrantes do grupo que permanece acampado em frente ao Quartel General do Exército de Brasília, protestando sem qualquer motivo crível contra o resultado das eleições presidenciais.
Apesar da tentativa dos manifestantes de espalhar o medo pelo Distrito Federal, Lula não esteve em risco em nenhum momento. É preciso deixar claro a esses golpistas travestidos de manifestantes que liberdade de expressão não significa autorização para fazer o que bem entender. Muito pelo contrário.
Vale destacar ainda que tudo começou em protesto contra a prisão do indígena José Acácio Serere Xavante, decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Em vídeos compartilhados pelas redes sociais, Serere questiona o processo eleitoral e a vitória de Lula. E mais: o indígena é suspeito de crime de ameaça, perseguição e ataques ao Estado democrático de direito.
Após a prisão de Serere, a Polícia Militar do Distrito Federal agiu para conter a baderna, chegando inclusive a usar bombas de efeito moral e gás pimenta, mas ninguém foi preso. Segundo o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, o grupo que tomou as ruas da cidade, bloqueando o trânsito e incendiando ao menos oito veículos, incluindo ônibus, lançou pedras e outros objetos contra ao menos três viaturas da corporação no momento em que os militares faziam seu trabalho, atrapalhando o combate ao fogo. Esse tipo de atitude não pode ficar impune.
Os atos de vandalismo ocorreram faltando 20 dias para a festa da posse de Lula e do vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin. Enquanto isso, Bolsonaro segue em completo silêncio. Assim, a mensagem que o presidente passa à nação é de que concorda com as cenas de destruição em Brasília. O Brasil precisa voltar aos trilhos, à normalidade da civilidade no País. A população precisa de paz para voltar a crescer, algo que Bolsonaro parece desconhecer.