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Museu inicia transferência de acervo com 30 mil objetos

O Museu Paulista deu início a última etapa de transferência dos acervos e objetos como móveis, telas, esculturas e veículos, do interior do edifício monumento para imóveis que foram adaptados para funcionar como reservas técnicas e laboratórios enquanto são realizadas as obras do prédio. O processo integral de transferência desse acervo, que totaliza cerca de 30 mil itens, deve durar dez meses.
“É uma experiência sem paralelos no Brasil, pelas dimensões e complexidade das coleções que abrigamos. Estamos documentando todo o processo”, destaca a diretora do museu, Solange Ferraz de Lima.
As primeiras peças retiradas são cinco veículos, estátuas de pedra, canhões e as telas maiores. Do acervo total, apenas 36 obras permanecerão no prédio durante a reforma. Entre elas está o quadro do Grito do Ipiranga feito por Pedro Américo, a maquete da cidade de São Paulo feita em bloco de gesso e as estátuas dos bandeirantes que estão no saguão central. Esses objetos serão testemunhas oculares de tudo o que vai acontecer neste processo de modernização em um dos prédios que abriga parte importante da história do passado. “Decidimos começar pelas peças mais pesadas porque elas representam o maior desafio de locomoção para os novos destinos. Mas teremos momentos muitos distintos desde carros para embalar até botões e bijuterias”, explicou a diretora.
O museu foi fechado à visitação pública em 2013 e, desde então, o edifício vem passando por uma série de intervenções estruturais. Anteriormente, haviam sido realizadas as transferências da Biblioteca, da Documentação e da Iconografia, um conjunto de aproximadamente 420 mil itens. A Biblioteca reabriu ao público em abril de 2017 e o Serviço de Documentação Histórica e Iconografia, em junho do mesmo ano.
De acordo com Solange, o laudo do último diagnóstico realizado constatou que não há sérios problemas na estrutura do prédio construído em 1890. “O laudo mostra que o edifício está bem. Ou seja, o problema que motivou o fechamento tem a ver com os revestimentos, não com a estrutura. Os forros sofreram muito com infiltração e foram encharcando. Isso começou a pesar e havia risco de desabamento. Mas uma reforma estrutural seria mais complicada e provavelmente muito mais cara”, explica.
Em dezembro do ano passado, o escritório Hereñu+Ferroni Arquitetos foi anunciado como o vencedor do concurso nacional para o projeto arquitetônico do novo museu e está desenvolvendo o projeto executivo das obras, que deverá ser finalizado até abril de 2019. A partir da conclusão do projeto executivo, a Universidade promoverá a licitação das obras civis para a execução dos trabalhos, que devem resultar em um novo museu, restaurado, acessível e moderno, integralmente dedicado às áreas expositivas e às atividades culturais.
A data prevista para a reabertura do Museu do Ipiranga é em 2022, no âmbito das comemorações do Bicentenário da Independência do Brasil. As obras devem custar entre R$ 80 milhões e R$ 100 milhões e serão bancados por empresas que queiram investir no projeto.

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