A crise na saúde pública alcançou um novo patamar de descaso: a falta de folha sulfite no Hospital São Paulo, um dos principais centros de atendimento da região, está impedindo a impressão de resultados de exames essenciais para os pacientes.
No último dia 25 de novembro, uma paciente enfrentou essa realidade absurda ao tentar buscar o resultado de sua mamografia, realizada no dia 4 de outubro. Ela saiu de sua casa no bairro do Ipiranga, atravessou a cidade de ônibus até a Vila Clementino, e voltou para casa de mãos vazias. A justificativa? Não havia papel disponível para imprimir o exame.
Ao chegar ao hospital, a paciente foi informada pelos funcionários que não havia nenhuma forma alternativa de obter o documento: nem por e-mail, nem por WhatsApp e nem sequer uma previsão confiável de quando o resultado poderia ser entregue. Para piorar, foi orientada a não ligar para o hospital, pois o setor responsável não dispõe de telefone para atendimento ao público.
O prazo dado foi de oito dias, mas sem nenhuma garantia concreta. A paciente, indignada, desabafou. “Saí da minha casa, gastei tempo e dinheiro para buscar um exame de suma importância, só para descobrir que o hospital não tem nem papel para imprimir. É desumano. Além de tudo, ainda não oferecem nenhuma alternativa para resolver o problema.”
O atraso na entrega de exames como a mamografia pode ter graves consequências para a saúde. Diagnósticos precoces, especialmente em casos de câncer de mama, dependem de agilidade no processo de análise e comunicação dos resultados. A negligência institucional coloca em risco a vida de pacientes que já enfrentam longas filas e burocracia para acessar serviços básicos.
Além do impacto na saúde, o descaso afeta diretamente a dignidade dos pacientes, que já lidam com o estresse de uma possível doença. Ser tratado com desrespeito e falta de empatia é um golpe adicional que não deveria fazer parte do sistema público de saúde.
A situação no Hospital São Paulo exige ações imediatas como a regularização do fornecimento de materiais básicos, como folhas sulfite, para garantir que os resultados sejam entregues e a implementação de alternativas digitais para a entrega de exames, como envio por e-mail ou WhatsApp, algo comum em outros serviços de saúde.
A falta de papel sulfite no Hospital São Paulo é apenas um sintoma de uma gestão ineficiente e de prioridades equivocadas. Enquanto isso, quem sofre são os pacientes, que pagam o preço mais alto pela negligência do sistema. Inconformada, a paciente também fez uma denúncia na ouvidoria.
O Hospital São Paulo fica na R. Napoleão de Barros, 715.