É preciso se manter firme

É evidente e completamente compreensível a ansiedade e necessidade das pessoas pelo fim da quarentena em São Paulo. Mas, se elas não ficarem em casa, pelo menos até 31 de maio, o sistema de saúde do Estado vai entrar em colapso. Com o ritmo acelerado de contágio aumentando a cada dia, o número de infectados e mortes por Covid-19 só cresce em São Paulo e a situação pode piorar ainda mais.

O cenário atual é desolador e, por isso, é fundamental proteger vidas. No último mês, por exemplo, o avanço da doença subiu 3.300% no Interior e Litoral e 770% na Capital. O Estado já superou os 45 mil casos e mais de 4 mil É preciso se manter firme mortos. Com os leitos de UTI e enfermarias lotadas, há risco de as pessoas morrerem nas ruas ou em suas casas, sem qualquer possibilidade de atendimento médico.

É hora de todos fazerem o sacrifício pessoal e permanecerem dentro de suas casas. Os índices de isolamento social servem de alerta. A média da Capital chegou a 47% na semana passada, muito distante da taxa considerada ideal, de 70%.

E isso vale para todos. Mesmo que os especialistas apontem que o coronavírus afeta os mais idosos, a cidade de São Paulo já registou 25% dos óbitos de pessoas com menos de 60 anos. Na maior parte dos casos, a doença é leve a moderada, semelhante a uma gripe. Mas, alguns casos podem ser mais graves, podendo evoluir para óbito, principalmente em idosos e pessoas com doenças pré-existentes.

Do ponto de vista econômico, a situação é delicada também, mas é fundamental que a flexibilização priorize os setores com maior vulnerabilidade econômica e empregatícia, com exceção das áreas de Transportes e Educação. Não é hora de colocar em disputa vida e economia.

Caso as taxas de isolamento subam, a flexibilização para reabertura de atividades poderá ser adotada em junho. Essa é a torcida de todos. Vejam o caso de Nova York, considerada a capital financeira do mundo, onde milhares de pessoas morreram e os corpos têm se acumulado em refrigeradores. Ou seja, esse é um vírus que afeta a todos, ricos ou pobres.

Outro ponto importante é a saúde mental das pessoas que estão confinadas em suas casas. Já há registros de aumento de depressão, ansiedade e estresse na população brasileira. São transtornos mentais que podem surgir em indivíduos diante do cenário da pandemia mundial neste momento em que muitos se encontram em distanciamento social. Serão dias difíceis nas próximas semanas, mas é preciso se manter firme e forte, na medida do possível.