Dependência Emocional: entenda as razões por trás dessas emoções

A dependência emocional é um mecanismo no qual o indivíduo está constantemente buscando em outra pessoa a certeza que não tem em si. Tomar decisões corriqueiras ou mais complexas é algo que se torna muito desafiador para se fazer sozinho, por isso a necessidade da validação do outro para seguir em frente.
Pessoas com este quadro depositam no outro suas razões para ser feliz, para se sentir bem, amada e para tomar suas próprias decisões. Pensamentos vinculados à vulnerabilidade, fragilidade e baixa autoestima são elementos motivadores e mantenedores desse quadro de Dependência Emocional. O indivíduo entra em um ciclo de necessidade de ser amado para sentir-se seguro e acaba por interpretar essa aprovação do outro como sinônimo de amor, já que ama pouco a si mesmo.
A Dependência Emocional é um labirinto, uma prisão da qual é difícil sair porque frequentemente é confundida com o amor verdadeiro que possamos ter pela outra pessoa. Ledo engano!
Por vezes, o sentimento de culpa e não merecimento também está presente nestes casos. A pessoa acha que não pode cuidar de si mesmo e acaba usando a estratégia da submissão para tentar fazer que os outros cuidem dele.
Isso tudo muitas vezes pode gerar um sofrimento leve e quase imperceptível, mas dependendo da gravidade pode ser considerado um transtorno mental. O Transtorno da Pessoalidade Dependente é caracterizado por uma necessidade excessiva de a pessoa se sentir cuidada pelo outro, levando à submissão e a comportamentos pegajosos. O diagnóstico é por critérios clínicos. O tratamento é com psicoterapia e possivelmente antidepressivos.
No tratamento com a Terapia Cognitivo Comportamental investigam-se os pensamentos disfuncionais do indivíduo que estão relacionados às causas do medo de ficar sozinho e necessidade de aprovação, bem como se adota estratégias para desenvolver uma comunicação assertiva e outras habilidades sociais e ocupacionais úteis.
Segundo o escritor Walter Riso, no seu livro “Amar ou depender?”, é possível gerar uma emancipação psicológica, que servirá como antídoto para este veneno. O autor alega que, sob determinadas circunstâncias, podemos criar imunidade à Dependência Emocional e nos relacionar de maneira mais tranquila e descomplicada, mas para isso é preciso exercitar constantemente atitudes antidependência, como os 3 princípios a seguir:

1º princípio: EXPLORAÇÃO: a arte de não colocar todos os ovos na mesma cesta. Não deposite toda sua expectativa de realização e felicidade em outra pessoa. Busque diversificar e ampliar seus ambientes motivacionais, pois ninguém tem o monopólio do bem-estar. Isso trará maturidade emocional e segurança para desfrutar novas oportunidades prazerosas.

2º princípio: AUTONOMIA: a arte de ser autossuficiente, sem ser narcisista. Quanto menos necessidade mais liberdade. Os autônomos promovem a autoeficácia, o que por consequência gera confiança em si mesmo e o faz mais autossuficientes, não temendo a solidão. Numa relação sem autonomia, não há amor, somente vício complacente.

3º princípio: SENTIDO DE VIDA: a arte de se afastar do mundano. Buscar o desenvolvimento da espiritualidade e de seus talentos naturais permite uma independência psicoafetiva, pois retira a exclusividade prazerosa pela presença de uma outra pessoa.

Uma pessoa audaciosa, livre e realizada ganhou a batalha contra os apegos irracionais. Com esses 3 princípios em prática, os esquemas que sustentam a Dependência Emocional certamente ficarão abalados e a pessoa se sentirá mais amada e menos submissa.