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Democracia Hackeada

“A revolução nas comunicações digitais – o colapso dos veículos de comunicação e a ascensão de plataformas tecnológicas hegemônicas como Google, Facebook e Twitter – vem maltratando as nossas eleições, derrubando candidatos convencionais e matando afogados os partidos de centro. Mais ainda, vem reestruturando a política, correndo as instituições existentes e remodelando o papel de cidadão”. O trecho escrito por Martin Mooree, diretor do Centre for the Study of Media, Communication and Power e conferencista sênior do Departamento de Política Econômica da faculdade King’s College de Londres, dá o tom sobre a abordagem do livro “Democracia Hackeada: Como a Tecnologia Desestabiliza os Governos Mundiais”, publicado no Brasil pela Editora Hábito. Na obra dividida em três partes e nove capítulos, o escritor explica como os cidadãos usam as ferramentas das redes sociais para incubar protestos e coordenar ações coletivas contra governos autoritários e autocráticos. Segundo ele, porém, ao desenvolver essas revoluções por meio da tecnologia, os governos democráticos aproveitam para usufruir dessas plataformas e se autopromover. “Democracia Hackeada” é o panorama de um mundo em que cidadãos são reduzidos a dados e submetidos à análise e ao processamento de vigilância em tempo real, no qual o indivíduo está sujeito à criminalidade subentendida. Ainda, o especialista em Política Econômica compartilha com o leitor como isso pode gerar consequências negativas no bem-estar social, na liberdade e privacidade dos usuários de redes sociais – pois, para Mooree, o celular causa mais impactos na vida das pessoas do que a mudança de governo. O livro é uma análise de como governos autoritários, elites abastadas e hackers extremistas conseguem manipular escolha de votos no período eleitoral, além de burlar processos democráticos e transformar o Facebook, Google e Twitter em campos de batalha para formar opiniões. Pois, à medida que os usuários migram para a vida on-line, tornam-se cada vez mais vulneráveis às Fake News, já que as plataformas digitais são construídas para conquistar a atenção com base no lance mais alto: manipular ideais. O livro tem 368 páginas.

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