Gritos, xingamentos, ameaças e tentativa de agressão. Essa foi a resposta que Mauro Parra e o grupo que estava acompanhando ele, na manhã de terça-feira (17), na nova sede do Clube Cisplatina, localizado na rua Brigadeiro Jordão, ao questionamento do repórter do Ipiranga News sobre em que condições e para quem a antiga sede o Clube Cisplatina havia sido vendida.
O Cisplatina é um dos mais tradicionais clubes do Ipiranga. Seu presidente, Mauro Parra, obteve a autorização para a venda da sede do clube através de uma assembleia virtual onde, em função do adiantado da hora e da demora, um conselheiro chegou a dormir em frente a tela do computador e outros cochilaram. A venda foi recebida com tristeza entre os moradores do bairro. Diante da repercussão negativa, Mauro Parra, disse que iria apresentar aos moradores uma carta explicando as razões pelas quais se viu obrigado a vender a sede do clube.
Essa carta, se existiu, nunca chegou aos moradores do bairro. Se realmente foi elaborada, deve ter sido encaminhada a um pequeno grupo, Questionado várias vezes pela reportagem do Ipiranga News, Parra se omitiu em revelar o valor que a sede do clube foi vendida e para quem. A antiga sede do Cisplatina, com quase 2 mil metros de área, está localizada numa região privilegiada do bairro e uma das mais valorizadas. Inicialmente Mauro Parra, antes de concretizar a venda, ofereceu a sede do clube para uma tradicional construtora do bairro. A negociação estava condicionada a um termo atípico no mercado imobiliário, segundo um dos sócios da construtora, por essa razão a venda não foi concretizada . “Achamos muito estranha a condição que nos foi colocada para finalizar a venda da sede, por essa razão desistimos”, diz um dos interlocutores da construtora.
Após a notícia ser publicada pelo Ipiranga News e a venda ter sido considerada negativa pelos moradores do bairro, Mauro Parra evitou aparição pública.O tempo passou, Parra, apesar de ser acusado de vender um patrimônio construído às custas dos sócios, não levou isso em consideração, sempre alegando que estava respaldado por uma assembleia.
” A venda pode ter sido legal, mas foi imoral. O Cisplatina é um patrimônio do bairro. Parra e mais dois ou três diretores vinham se revezando na presidência do clube há muitos anos. Se algo deu errado, a culpa é da má gestão”, disse uma jovem que foi uma premiada atleta da natação do Cisplatina.
Em meados de 2022 uma casa foi adquirida na rua Brigadeiro Jordão e começou a passar por reformas para abrigar a nova sede do Cisplatina. Numa visita feita pela reportagem do Ipiranga News durante as obras, a empreiteira responsável chegou a dizer que estava recebendo a título de mão de obra C$ 685,00 pelo metro quadrado construído. Questionado a respeito dessa informação, Mauro Parra, também se calou.
Com a informação de que a sede do clube será inaugurada no sábado, dia 21/01, a reportagem do Ipiranga News foi até o local para obter mais informações e o repórter Guilherme Borghi acabou sendo vítima do descontrole emocional de Mauro Parra e seu grupo que, aos gritos, por pouco não agrediram o repórter..
A população do Ipiranga continua querendo saber por quanto e para quem a sede do Cisplatina foi vendida. Essa, até agora, é uma informação restrita.