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Choro da Manhã chega a 134 edições sem o Conjunto Retratos

O Choro na Manhã chegou à 134ª edição, no domingo (7), mas no palco do auditório Carolina Maria de Jesus não estava o conjunto Retratos, protagonista do projeto que há 13 anos leva música de qualidade ao Centro de Culturas Negras, anteriormente chamado Centro Cultural do Jabaquara.
Os músicos do Retratos estão empenhados na produção de um novo livro, tiveram de correr atrás das autorizações dos personagens focalizados na publicação e a festa foi comandada pelo Chora Cavaquinho, cujos integrantes são da região do ABC. “Eu conheço o Alex Mendes, venho há dez anos no Choro na Manhã e agora surgiu a oportunidade de tocarmos aqui”, comenta o porta-voz do conjunto e cavaquinho solo, Roberto Cavalcanti. Completam o quinteto, João Henrique (cavaquinho centro), Altair Ridic (violão de seis cordas), Erick Morais (sete cordas) e Luciano Duarte (pandeiro).
O livro deve receber o título “50 Chorões” e trará a imagem de 50 pessoas ligadas ao mundo do choro. Os desenhos terão a assinatura de Alex Mendes, bandolinista e líder do Retratos. “Serão mostrados os rostos de 47 personalidades escolhidas “, adianta Donisete Fernandes, pandeirista do Retratos. “Os outros três terão uma pequena biografia,, mas, por enquanto, apenas um já está certo: o professor José Amaral, autor de livros sobre o choro e profundo conhecedor do ritmo. Os outros dois estão sendo decididos, sendo que um pode ser João Tomás, apresentador do programa “Chorinho Brasil” na rádio Boa Nova FM”, acrescenta Fernandes, único integrante do Retratos a comparecer à edição de domingo.
O repertório preparado pelo Chora Cavaquinho destacou peças de Waldir Azevedo, Jacob do Bandolim e Pixinguinha. Outra atração foi o violonista Wellington Silva. “Eu adoro o chorinho e dificilmente perco uma edição do Choro na Manhã”, elogia o funcionário público José Jorge de Freitas, que reside na Vila Clementino. “Fui criado ouvindo os principais compositores de choro e não há como resistir a essa música maravilhosa”, ele completa. Acompanhante de Freitas, Ana Paula Vasconcelos também é fã do ritmo autenticamente brasileiro. “Não dá pra perder um programa como esse”, ela avalia. “Eu gostaria que as pessoas que só ouvem lixo musical tivessem a chance de ouvir o chorinho. Duvido que não passassem a gostar de choro”, aposta.
A manhã fria de domingo reduziu o número de espectadores no auditório Carolina Maria de Jesus. “É triste ver tantas cadeiras vazias”, lamenta Ana Paula.

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