Balneário Cambuci reúne lazer e esportes em um único local

Equipamento público de quase uma quadra, o Balneário Cambuci chama a atenção de quem o visita. Chama a atenção pelas dimensões e pelas atividades ali disponibilizadas aos munícipes, e também pela precariedade das instalações. É visível a falta de manutenção do ginásio, das quadras e das piscinas. As paredes do prédio estão pedendo recobo e o mato não é cortado há meses pela empresa terceirizada pela Secretaria Municipal de Esportes e Lazer (SEME).
Os funcionários se reúnem, nos sábados, dia de folga dos servidores, para suprir a ausência do poder público. “Eles aparam a grama, retiram folhas e fazem tudo o que é necessário”, diz a coordenadora Francisca Chiovitti. Ela assumiu a direção do balneário no dia 18 de abril e uma das soluções para enfrentar os problemas tem sido a parceria com entidades vizinhas. A quadra em que está instalado o equipamento, no coração do Cambuci, é ocupada também por uma UBS (Unidade Básica de Saúde), uma EMEI (Escola Municipal de Ensino Infantil) e o Teatro Nair Belo.
“Eu busquei parceiria com essas instituições e, graças ao esforço conjunto, conseguinos promover o 1º Encontro de Artes Marciais, realizado no dia 1 de junho, e três festas juninas divertidas e que contaram com a presença da comunidade”, lembra Francisca. “Outras parcerias devem ser feitas, para atrair para cá os moradores no entorno. Muitos não vêm ao balneário, pensando que é pago ou que só pode ser frequentado por funcionários públicos. Isso não é verdade: é gratuito e destinado a todos os munícipes”, ela explica.
Os planos de Francisca de modernizar o balneário esbarram na burocracia. Existe um projeto de aquecer a piscina semiolímpica, que tem à frente o vereador Dalton Silvano. Foi aberta uma licitação, para se ter ideia dos custos da obra, mas o processo é lento. “A piscina aquecida irá ajudar bastante na hidroginástica de pessoas com deficiência e idosos”, observa a coordenadora. Ela pensa também em cobrir e fazer pelo menos um lance de arquibancada na quadra poliesportiva, mas a secretaria alega falta de verbas.
O espaço em frente à entrada da piscina em forma de feijão poderia receber uma rampa de skate, para evitar que jovens skatistas arrisquem a vida fazendo manobras no largo do Cambuci e na calçada próxima à Sabesp da avenida Lins de Vasconcelos. “Aqui, ele terão segurança contra acidentes e irão se manter longe do mundo do crime”, preocupa-se Francisca. A sugestão da rampa já foi dada à SEME, sem resposta até o momento. Tem mais: não fossem os atletas de basquete, a tabela da quadra não teria sido trocada. Eles pagaram do próprio bolso.
Problemas à parte, o Balneário do Cambuci é um local acolhedor. Dispõe de cinco oficinas de artes marciais, ginásio coberto, duas piscinas, quadra poliesportiva e dezenas de atividades para pessoas de quatro a 90 anos. Possui também três vestiários, com armários e chuveiros quentes. Crianças podem fazer balé, jazz e ginástica artística, enquanto os adultos têm à disposição aulas de zumba e pilates, além de futebol de salão, vôlei e basquete. A piscina em forma de feijão, com toboágua, chega a receber mil pessoas na alta temporada. Ou seja, do início da primavera a maio.
O equipamento é conhecido como Balneário do Cambuci, mas o nome é Centro Educacional Esportivo Rubens Pecce Lordello, em homenagem a um cronista esportivo das décadas de 1970 e 1980. Ele era do bairro e teve uma passagem destacada pela TV Gazeta. O complexo tem cerca de dois mil sócios, mas o número poderia ser maior se a secretaria liberasse a contratação de mais um professor. Está aberto ao público de segunda a sexta-feira, das 7h30 até o término da última atividade, que pode ser às 22h ou 23h.
As matrículas para novas turmas estão programadas para o início de agosto. Elas são gratuitas e podem ser feitas por qualquer munícipe. “O espaço é de todos”, avisa a coordenadora.