Nossa Opinião

Caso Marielle precisa de respostas

As investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e seu motorista Anderson Gomes no Rio de Janeiro ganharam novos contornos depois que reportagem exibida nesta terça-feira (29), no Jornal Nacional, da TV Globo, trouxe uma citação ao presidente Jair Bolsonaro no depoimento de um porteiro do condomínio Vivendas da Barra, onde morava Ronnie Lessa, um dos dois acusados de ter cometido o crime. A investigação pode ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) devido ao foro privilegiado do presidente.
De acordo com a reportagem, o porteiro afirmou à Polícia Civil que horas antes do crime um homem chamado Elcio (que seria Elcio Queiroz, o outro acusado pelo duplo homicídio) entrou no condomínio e afirmou que iria à casa 58, que pertence a Bolsonaro e onde morava o presidente. Ainda segundo o empregado, ele ligou para a casa 58 e o “seu Jair” atendeu e autorizou a entrada de Elcio. O problema é que naquele dia o presidente, que à época era deputado federal, estava em Brasília, conforme registros da Câmara.
Bolsonaro ficou furioso ao ver o seu nome envolvido nas investigações sobre a morte de Marielle e Anderson. Em uma transmissão ao vivo de 23 minutos, gravada durante a madrugada na Arábia Saudita e exibida em suas redes sociais, ele acusou o governador do Rio, Wilson Witzel (PSC) de vazar para a Globo o inquérito. Bolsonaro chegou a afirmar que Witzel quer “destruir” a sua família para chegar à presidência da República.
Fato é que Marielle Franco e Anderson Gomes foram assassinados em circunstâncias que ainda não foram completamente esclarecidas. Integrantes do Ministério Público do Estado do Rio, que acompanham a investigação chegaram a ir a Brasília para consultar o presidente do Supremo, Dias Toffoli, sobre a continuidade da apuração.
Bolsonaro nega qualquer envolvimento com a morte de Marielle e acusa a TV Globo de querer tirá-lo do poder. O advogado de Bolsonaro foi ainda mais longe e afirmou que o depoimento do porteiro pode ter sido forjado.
Nesse momento, é preciso tomar muito cuidado com acusações ou ilações infundadas. Bolsonaro, por exemplo, cobrou uma supervisão do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) tanto nas investigações do assassinato de Marielle quanto no atentado a faca que sofreu durante a campanha eleitoral de 2018. Nas redes sociais, o presidente chegou a citar um suposto interesse da Globo em verbas de publicidade governamental, cujos contratos são renovados anualmente.
Uma das teorias levantadas por Bolsonaro inclui até os recentes protestos na América do Sul, que provocaram tumultos no Chile, no Equador e na Bolívia. O presidente sugeriu que o objetivo da Globo é criar instabilidade no Brasil para que ele se afaste do Palácio do Planalto.
A morte da vereadora Marielle Franco é gravíssima e exige uma investigação detalhada, seja no Rio ou no STF. O Brasil não pode conviver com tantas dúvidas e o povo precisa de respostas.

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9 Comentários

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