Atenção tem de continuar redobrada
A partir de segunda-feira, dia 1º de junho, São Paulo entra em uma nova da quarentena imposta pelo governo do Estado, agora com flexibilizações e aberturas econômicas progressivas. Isso, no entanto, não significa que o combate ao coronavírus esteja perto do fim. Muito pelo contrário. A atenção da população e dos governantes tem de continuar redobrada.
Na cidade de São Paulo, só será permitida a reabertura, com várias restrições, de atividades imobiliárias, escritórios, concessionárias, comércio e shopping center. Mesmo assim, continuam as várias medidas rígidas de distanciamento e o uso obrigatório de máscaras, por exemplo.
A ampliação dos serviços ao consumidor depende ainda da disponibilidade de leitos de UTI e da redução no número de casos de covid-19 em cada região do Estado. Caso contrário, o sistema de saúde entrará em colapso e mais vidas serão perdidas.
O fato de entramos em uma tendência de estabilização no número de casos não muda o cenário de que São Paulo continua como epicentro da doença no Brasil. Já são mais de 6,7 mil mortes pelo novo coronavírus e quase 90 mil pessoas infectadas no Estado. Ou seja, ninguém está livre do vírus, sendo que aqueles que apresentam cardiopatia, diabetes, doença neurológica, doença renal, pneumopatia, imunodepressão, obesidade, asma e doenças hematológica e hepática são os que correm mais riscos.
É evidente que a prioridade número 1 de todos os governantes tem de ser salvar vidas. Isso, porém, não exclui os cuidados com a economia. Por isso, qualquer plano de reabertura precisa ser elaborado de maneira estratégica, em conjunto com as equipes econômica e de saúde, levando em conta indicadores como a incidência do coronavírus em cada região, com possibilidade, inclusive, de medidas mais restritivas nos locais mais críticos.
A torcida de todos é por uma desaceleração significativa nos índices de contaminação pelo coronavírus. Mas de nada adianta só torcer. É preciso ficar em casa e focar no isolamento social para conter o crescimento da curva de contaminação. O distanciamento social ainda é a principal recomendação das autoridades médicas para conter a disseminação do coronavírus.
Vivemos a pior crise do Brasil em mais de um século. Não é hora de conflitos, e sim de união. Agressões entre autoridades só servem para enfraquecer a democracia. Não custa lembrar que ataques às instituições já levaram o Brasil a duas longas e terríveis ditaduras.
A luz amarela está ligada em Brasília. O que o Brasil precisa neste momento é de pacificação. Todos, juntos, precisam enfrentar a crise provocada pelo novo coronavírus. Esse é o maior inimigo do País.