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Amazônia merece respeito

O Brasil se vê mais uma vez no centro de uma crise internacional, agora provocada pelo aumento das queimadas na floresta Amazônica. Diversos países têm se manifestado contra a política do governo do presidente Jair Bolsonaro para o meio ambiente. O Brasil e os incêndios na Amazônia, acabaram sendo tema da reunião do G7 (grupo de sete das principais economias do mundo) e Bolsonaro trocou farpas em público com presidente da França, Emmanuel Macron.
Bolsonaro recusou ajuda financeira oferecida pelo G7 para combater as queimadas e sugeriu que Macron tem interesses econômicos na Amazônia. Após ouvir governadores da região que sofre com o fogo, ele amenizou seu discurso e parece convencido aceitar o dinheiro europeu.Vale lembrar que a França também possui território amazônico, na Guiana Francesa.
As queimadas no Brasil aumentaram 82% em relação a 2018, na comparação do mesmo período de janeiro a agosto, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). É a maior alta e também o maior número de registros em sete anos. Os incêndios são todos de origem humana. Ou seja, alguns são propositais e outros acidentais, mas sempre começam pela ação do homem.
É impossível desassociar as queimadas de problemas de saúde da população, por exemplo. Especialistas explicam que o fato de os hospitais estarem lotados de gente com problemas de respiração está relacionado às queimadas na Amazônia. Em São Paulo, no início do mês, o “dia virou noite” e por volta das 15h, quando uma forte névoa escura cobriu a cidade. Tratava-se de uma nuvem mais baixa e carregada com fumaça originada das chamas da floresta Amazônica.
O assunto é seríssimo e envolve uma política de preservação e desenvolvimento da região. É fundamental que a exploração da Amazônia seja feita de forma sustentável e responsável. Não cabem provocações como as trocadas por Bolsonaro e Macron nos últimos dias.
Bolsonaro, por exemplo, apagou um comentário maldoso feito em uma rede social sobre a primeira-dama francesa, Brigitte Macron, depois que o fato gerou polêmica com o presidente da França. Os casais presidenciais, brasileiro e francês, têm em comum a diferença de idade, sendo que Brigitte, de 66 anos, é mais velha que o marido, que tem 41 anos. Já Bolsonaro tem 64 anos, enquanto sua esposa, Michelle, tem 37.
Macron, com razão, afirmou que o comentário de Bolsonaro nas redes socais foi “extraordinariamente desrespeitoso”. Declarou ainda esperar que os brasileiros tenham rapidamente um presidente à altura do cargo. Entrevistas de Bolsonaro sem pensar dão a ideia de improvisação ou de despreparo, e estão afetando negativamente a imagem do Brasil, além de ele viver arrumando encrenca sem necessidade com alguns países. Muitas vezes, primeiro ele fala, depois ele pensa. Esse tipo de comportamento não é condizente ao cargo que ocupa.
No caso de Macron, ele alegou que o francês ofendeu o presidente do Brasil eleito democraticamente. Também reclamou que foi relativizada a soberania da Amazônia. Isso, no entanto, não justifica comentáriossobre a primeira-dama francesa. Bolsonaro poderia ter ficado quieto e focar no que realmente importa: a preservação da Amazônia.

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