Nossa Opinião

Povo quer o fim da corrupção

A prisão do ex-presidente Michel Temer na quinta-feira (21) é mais um triste capítulo da história recente do Brasil. Disputas políticas à parte, nunca é bom para um país ter dois ex-presidentes presos acusados de corrupção. Quatro dias depois, Temer foi solto, mas para a imagem do País isso é péssimo. Investidores estrangeiros ficam com receio de enviar recursos para o país e a geração de empregos, consequentemente, é prejudicada.
A Lava Jato do Rio diz que Temer é suspeito de liderar uma organização criminosa para desvios de dinheiro público que atua há 40 anos. O MPF-RJ afirma que a soma dos valores de propinas recebidas ou prometidas ao suposto grupo chefiado pelo ex-presidente ultrapassa R$ 1,8 bilhão.
De acordo com o Ministério Público Federal no Rio, a organização criminosa liderada por Temer praticou diversos crimes envolvendo variados órgãos públicos e empresas estatais, incluindo obras da usina nuclear de Angra 3, onde o consórcio responsável pelo projeto pagou propina de R$ 1 milhão ao grupo do ex-presidente. No caso específico de Angra 3, até uma reforma no imóvel de uma das filhas de Temer teria sido usada para disfarçar o pagamento de propina.
A maneira como Temer foi preso gerou muitas críticas. Teve especialista em Direito Criminal, por exemplo, que considerou a atitude exagerada. A prisão de Temer, inclusive, reacendeu o debate sobre a detenção de suspeitos sem condenação e sem ação penal aberta. Para especialistas, não havia elementos suficientes para que o juiz autorizasse a prisão. O juiz Marcelo Bretas, no entanto, alegou que a prisão preventiva foi necessária para garantir a ordem pública. Segundo ele, “uma simples ligação telefônica ou uma mensagem instantânea pela internet são suficientes para permitir a ocultação de grandes somas de dinheiro”.
Para ressarcir os danos causados pelos possíveis crimes cometidos pela organização liderada por Temer, como corrupção e lavagem de dinheiro, Bretas determinou que fossem bloqueados R$ 62 milhões nas contas do ex-presidente e do coronel Lima, seu fiel escudeiro. No caso de Temer, foram localizadas cinco contas vinculadas ao seu CPF, mas somente uma tinha valores vultosos que foram bloqueados: R$ 8 milhões.
A lista de denúncias contra Temer é extensa. O MPF em Brasília, por exemplo, pediu na terça-feira (26) à Justiça Federal que torne o ex-presidente réu na ação penal do caso da mala de R$ 500 mil. Refrescando a memória: em 2017, quando ainda era presidente, Temer foi denunciado pela PGR no caso em que Rodrigo Rocha Loures foi flagrado pela Polícia Federal recebendo uma mala recheada de dinheiro de um integrante da J&F. Segundo a denúncia, o dinheiro era propina da empresa para o grupo político de Temer
Por mais que a prisão de Temer tenha provocado reações diversas, o que o povo brasileiro mais deseja nesse momento é ver nosso país livre da corrupção. Doa a quem doer.

Artigos relacionados

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Verifique também
Fechar
Botão Voltar ao topo