Infecção de macaco em Zoo pode ter começado com homem
Uma nova hipótese para a infecção do macaco bugio achado morto na área do Zoológico, em janeiro, foi apresentada na segunda-feira (5). Segundo um representante do Instituto Adolfo Lutz, uma pessoa com o vírus da febre amarela e sem sintomas que visitou o local teria sido picada por um mosquito, que infectou o macaco.
A Secretaria Estadual da Saúde discorda da hipótese. “A análise genética mostrou que o vírus que circulou no zoológico é mais próximo do que foi encontrado em Piracaia (no interior paulista) do que o que circulava em Mairiporã. Acreditamos que um ser humano infectado sem sintomas foi picado e iniciou a transmissão. Por isso, ela (a transmissão) foi localizada”, disse Renato Souza, do Núcleo de Doenças de Transmissão Vetorial do instituto.
Souza disse que o resultado da análise ficou pronto na semana passada. Até então, a hipótese mais trabalhada, e que chegou a ser aventada pelo governador Geraldo Alckmin, é de que o macaco teria sido abandonado no local por traficantes de animais após ter ficado doente. “Não é impossível, mas é pouco provável”, disse Souza.
Coordenador de Controle de Doenças da Secretaria de Estado de Saúde, o infectologista Marcos Boulos discorda da hipótese de transmissão de um humano para o macaco. “O mosquito só pica o humano quando não há macaco. O ser humano é picado acidentalmente. O zoológico é um lugar de desova de animais doentes. Uma possibilidade concreta é que isso tenha acontecido “
Rejane de Paula, diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica, órgão ligado à secretaria, segue a mesma linha. “O exame mostra que o macaco veio da região de Piracaia e o manejo humano tem a ver com o tráfico. Ele foi transportado por uma pessoa e deixado lá.”
Boulos também já disse, em outras ocasiões, ser pouco provável que um humano infectado inicie um surto urbano da febre porque o Aedes aegypti parece não ter a mesma competência que antes na propagação do vírus.