A Garota e o Armagedom
Fantasmas, bailarinos, monstros e soldados são alguns dos personagens diversos que coexistem em um universo onde o inesperado e o extraordinário se entrelaçam. No livro “A Garota e o Armagedom”, o escritor Sérgio Coelho convida o leitor a pôr a imaginação à prova ao retratar a busca de uma jovem pela verdade em um ambiente caótico de destruição e renascimento; nas lembranças da infância em uma casa à beira mar; nas selvas com todo tipo de feras, entre outras situações. Com temas e cenários tão variados quanto suas figuras, os 60 poemas surrealistas que compõe a publicação fazem refletir sobre amor, morte, medos e amadurecimento. A principal inspiração do autor foi o movimento Surrealista, uma das vanguardas artísticas europeias do início do Século XX, cujas expressões podem ser vistas na literatura, nas artes plásticas e no cinema, por meio de artistas como o escritor André Breton, o pintor Salvador Dalí, e o cineasta Luis Buñuel. Seguindo a principal tendência do movimento, os poemas da obra exploram temáticas e imagens ligadas à imaginação, ao inconsciente e ao mundo dos sonhos. Alguns dos versos têm inspiração em mitologia e narrativas fantásticas, como “Festa Santa”, “Campanha Inimiga” e “À Espera do Rei”. Em outros, como o poema-título e “A menina e a Ilusão”, explora a jornada de uma jovem supostamente comum, mas que ao fugir de casa e da tia cruel, se envolve em uma trama apocalíptica com figuras e divindades de diferentes crenças e panteões. Outros textos exploram angústias e inquietações humanas. Em “O Mudo e a Espada”, o autor estabelece metáforas entre a natureza e a depressão para abordar o avanço da doença e seus efeitos. Já “A Sentença de Morte” começa como uma narrativa fantasiosa, para depois provocar reflexões sobre a transitoriedade da vida e o apego às coisas passageiras. Segundo Sérgio Coelho, o impulso de escrever poesia veio durante uma crise criativa. Na busca por temas para os versos, o autor encontrou no Surrealismo um incentivo para seguir uma abordagem mais imaginativa. “Mais do que uma brincadeira, o livro é um jogo criativo tentando envolver a mente do leitor”, explica. Através dos poemas de “A Garota e o Armagedom”, é possível pensar na vida e seus dilemas de forma mais insólita e inventiva. O livro tem 96 páginas e é um lançamento da Editora UmLivro.