Os novos diretores do Museu do Ipiranga, professores Paulo Garcez Marins e Maria Aparecida assumiram o cargo oficialmente neste mês com validade de quatro anos para atuarem no espaço histórico. O Museu Republicano Convenção de Itu também será comandado por ambos.
A reportagem do Ipiranga News realizou uma entrevista exclusiva com Marins para abordar sobre as expectativas, desafios, propostas de melhorias e novidades.
O professor contou que a nova gestão estará voltada para dois aspectos centrais. Em primeiro lugar, o fortalecimento da agenda para exposições temporárias no Museu deverá ser fortalecido. Isso porque, agora os planos da Lei Rouanet envolvidos no projeto são anuais e bienais, o que permitirá uma agenda contínua de exposições temporárias.
Segundo Marins, as exposições temporárias são “muito boas” porque “permitem não apenas trazer novos públicos para o Museu como também expor outros acervos”.
“Nas exposições de longa duração, nós temos 4 mil objetos expostos, mas o acervo do Museu é de 400 mil itens, ou seja, nas exposições de duração longa nós temos 1% do acervo exposto”, salientou.
Durante a conversa, o professor citou que já estão trabalhando com duas exposições: a “Sentar, guardar, dormir: Museu da Casa Brasileira e Museu Paulista em diálogo”, a qual terá um catálogo lançado no dia 28, às 14h; e outra que será lançada no dia 4 de novembro e deverá abordar sobre a questão climática, com história do solo e do clima.
O segundo aspecto para o qual a gestão terá compromisso está relacionado à revisão de espaços que devem compor o futuro Centro de Pesquisa e Ensino em História e Cultura Material, que “deverá abrigar nossas reservas técnicas, laboratórios de conservação, áreas de catalogação, gabinetes docentes e áreas administrativas”, afirmou o diretor.
Marins salientou ainda que até o final do ano, o Projeto de Necessidades, documento básico para escolha do novo local, deverá ficar pronto, revisado e avaliado para possíveis melhorias. O ideal é que seja no Ipiranga, mas em caso de inviabilidade outras regiões serão avaliadas.
Um dos principais desafios, segundo ele, será fortalecer as parcerias por meio da Lei Rouanet, destacando a importância deles para o apoio às exposições. “A gente precisa ampliar sempre o número de patrocinadores”. Marins disse ainda que já foram autorizados a iniciar o processo de captação de novos apoiadores para 2025.
O novo diretor abordou também sobre as duas novidades que deverão ser entregues até o final do ano no Museu: a nova cafeteria e a livraria da EDUSP além das intenções em dar continuidade à ampliação dos acervos na Web, os quais já estão disponíveis desde 2022.
A possibilidade de ampliação da gratuidade para visitantes do Museu também foi citada por ele, mas o assunto ainda não está fechado para o próximo ano. “Vai depender justamente de quais serão os patrocinadores para 2025”, afirmou. Atualmente, a visitação é grátis às quartas-feiras e no primeiro domingo de cada mês do ano.
No decorrer da cerimônia de posse, acontecida no começo do ano, Paulo discursou agradecendo a gestão de seus antecessores, Rosaria Ono e Amâncio Jorge de Oliveira, diretora e vice-diretor entre 2020 e 2024, ressaltando a importância da administração anterior no processo de restauro, modernização e reabertura do Museu.