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Muro do Museu ganha painel de arte urbana

Muro do Museu ganha painel de arte urbanaProduzido e idealizado por Gustavo Cortelazzi, um painel de arte urbana está colorindo e dando vida ao muro – antes cinza e agora pintado de verde – que circunda o Museu do Ipiranga na avenida Nazaré, antes e depois do Corpo de Bombeiros. As pinturas que desde o final de junho começaram a tomar forma vêm chamando a atenção dos munícipes.

Quem passa pelo local já pode avistar, no primeiro trecho onde ocorrerão as artes – que vai da saída do Museu até os Bombeiros – as pinturas de flores, folhas, alguns insetos, uma indígena, que está segurando uma belíssima arara azul ao seu lado e uma perereca sobreposta à sua cabeça. Algumas teias de aranhas, além de referências relacionadas ao Museu devem compor o local.

A ideia da arte é um painel que liga o animal – fazendo parte da natureza, fauna e flora – com o humano e a relação entre ambos, fazendo relação com alguns ícones da Mata Atlântica, que compõe uma parte do bosque do Museu.

Para isso o artista, que tem desenvolvido trabalhos semelhantes, pesquisou animais típicos, abrangendo uma parte botânica, não apenas – necessariamente – do que existe na Mata Atlântica, mas principalmente.

“Estou tentando fazer uma coisa que tenha esse link também, do local, com o que eu estou pintando, mas não necessariamente”, explicou ele. “Então, entram algumas coisas um pouco mais lúdicas, assim como foi a perereca que eu estou fazendo em cima da cabeça da indígena no primeiro trecho. É o espaço da arte ganhando um pouco de liberdade para isso”, completou.

O segundo trecho do muro deverá conter mais elementos relacionados ao contexto geral do painel, com a pintura – por exemplo – de um sagui, muito encontrado na região, além de um homem indígena que estará desbravando a mata, abrindo um portal, do verde para um cenário a ser desenvolvido pelo artista.

Cortelazzi – conhecido também como “verde” – é do Ipiranga e começou a pensar na ideia de criar o painel há bastante tempo. Com um estúdio em frente ao Museu do Ipiranga que ele começou a produzir suas artes, sempre procurava um muro, que fosse em um lugar interessante, de cotidiano – passagem – para produzir suas artes.

O artista foi o organizador e criador dos dois eventos de grafitti que aconteceram na Nazaré antes e depois da pandemia e decidiu começar a pintar o “muro do Museu” por ele estar “largado” após a saída dos tapumes ali presentes durante a reforma do Museu do Ipiranga.

“Eu sempre vi esse muro aí [da Nazaré] muito largado. Essa é a verdade. A avenida Nazaré – aqui no nosso entorno – a gente não tem quase nada de painel de grafitti, arte urbana mais trabalhado, e eu como vivo disso, sempre gostei, corro atrás, sempre, para poder fazer alguma coisa. E não foi diferente nesse muro”, explicou Gustavo.

“Essa é a ideia. Trazer o “de dentro para fora”. Que a gente olhasse do lado de fora e não visse um muro, um cinza, um “bloqueio da rua” com o bosque que é tão bonito lá dentro”, pontuou.

Há mais de seis anos ele tenta a liberação para poder realizar suas artes no painel, mas só agora, com a entrega do Museu, conseguiu a autorização da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente e outras secretarias para poder dar início aos seus trabalhos.

Acontece que, mesmo com a liberação em mãos, Gustavo não começou de imediato a pintar o muro. Isso porque ficou atrás de algum apoio ou patrocínio, mas infelizmente não conseguiu. Com isso, está produzindo os desenhos com seu próprio material, nos intervalos de alguns trabalhos em sua agenda. “Por isso que não está indo tão rápido”, disse ele, frisando que está tentando priorizar tais serviços para que o mural “ganhe vida logo”.

“É um lugar muito icónico para a cidade, não só para mim. E para o bairro, então, nem se fala. Corta uma das principais avenidas. Aqui no nosso bairro, a Avenida Nazaré é um certo charme, que infelizmente está muito largada, iluminação fraca, então, eu tento fazer minha parte e a arte é o que estou tentado fazer por ali”, afirmou.

Por conta da falta de apoio, não há um prazo estipulado para que o painel fique totalmente pronto, uma vez que, o artista não pode interromper totalmente sua agenda. Ele ainda busca patrocinadores ou apoiadores para alavancarem seu projeto.

Gustavo pretende realizar registros de imagens “mais corretos”, além de realizar uma entrega do painel para a cidade, entre outras ideias, mas sem ninguém para apoiá-lo, acaba se tornando mais difícil.

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