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Moradores da Xavier de Almeida são prejudicados pelo recapeamento da rua

Como parte do programa de recapeamento das vias da cidade, diversas ruas do bairro têm sido comtemplada pelo programa. Mas, além do benefício, também tem trazido dor de cabeça para os moradores. Com o é o caso ocorrido nas ruas Alencar de Araripe, quando empresas foram bloqueadas por chapas de ferro e, mas recentemente, na rua Xavier de Almeida, quando o trabalho de recapeamento provocou o rompimento de tubulação de água deixaram os moradores sem o precioso líquido. Segundo moradores, o estrago poderia ter sido ainda pior, se os canos de gás também tivessem sido violados.

As avarias aconteceram quando o asfalto antigo foi retirado, para que as obras de recapeamento começassem. Por conta dos danos, os encanamentos da via estão sendo trocados e equipes da CSC II – contratada da Sabesp – ainda trabalham no local para que novos contratempos não aconteçam novamente.

Edson Navarro é morador da Xavier de Almeida. Ele ficou desolado com a situação. “No começo da obra o asfalto antigo foi retirado para que um novo fosse colocado. Vieram quebrando o asfalto e destruindo os canos de abastecimento de água também. Uma atitude no mínimo irresponsável dos encarregados, pelo visto”, contou.

Ainda segundo o morador, a vizinhança ficou sem água desde a última terça-feira até o último sábado, quando a Sabesp criou um plano de emergência para que a situação fosse normalizada. No domingo (16), uma equipe da contratada pela Sabesp iniciou a recuperação do estrago. Para isso, vários trechos da rua que já haviam sido recapeados foram quebrados novamente. “Temos muitas pessoas de idade aqui na rua e ficar sem água foi algo totalmente inviável. Agora, a rua teve que ser quebrada novamente, mesmo com o novo asfalto, para que a equipe da Sabesp concerte o estrago”, disse Edson.

Os danos foram justificados pela Prefeitura de São Paulo à Navarro, afirmando que – por se tratar de uma via antiga – os canos estão em uma distância acima do permitido. Eles deveriam estar a 40m do asfalto, mas estavam a 20m. A justificativa, porém, não agradou os moradores. “Eu até entendo, mas eles começaram essa obra na outra ponta da rua [próxima ao Museu] e ali já começaram a destruir canos. A partir desse momento, a obra deveria ser interrompida e uma equipe da Sabesp deveria ter sido acionada a tempo, mas continuaram destruindo todos os canos até o fim da rua”.

Um funcionário da Sabesp que não quis se identificar confirmou a informação dada pela Prefeitura em relação à distância entre os canos e o asfalto, mas criticou o fato de a empresa de saneamento não ter sido acionada antes que as obras de recapeamento acontecem, para que o encanamento fosse trocado. “Eles quebram e nem avisam a gente. Depois temos que arrumar. Ficamos até 22, 23 horas fazendo nosso serviço porque eles querem apenas fazer a parte deles e ir embora, sem se preocupar com mais nada”, desabafou.

Outro problema ocasionado pelo recapeamento da rua Xavier de Almeida está relacionado à perturbação do sossego. Isso porque, as obras estão acontecendo de madrugada e o barulho das máquinas tem causado trepidação nas casas, causado medo e insegurança aos moradores. Isso, na opinião de Edson, foi desnecessário, uma vez que a rua não é muito movimentada e a equipe responsável poderia trabalhar normalmente durante o dia.

“Para mim a Xavier de Almeida não é uma via de tráfego intenso. Não sei por qual motivo resolveram fazer essa obra de madrugada, o que ocasionou transtornos pra gente. Os caras trabalharam aqui das 00 às 5 da manhã, fazendo muito barulho, trepidando casas”, explicou Edson, dizendo também que moradores comentaram sobre rachaduras  que apareceram em suas casas durante as obras. “As pessoas estavam até com medo”, salientou.

A equipe de reportagem do Jornal Ipiranga News entrou em contato com a Fremix Pavimentação e Construção LTDA, empreiteira responsável pelas obras e foi informada de que a Sabesp foi acionada pela empresa após os danos, mas só a partir de quando a escavação foi feita, pois só nesse momento é possível detectar se algum ramal de água estourou.

Em relação à afirmação feita por Edson, sobre a empresa – ou a prefeitura – não ter informado a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo a tempo para que outros encanamentos não tivessem sido lesados, a empreiteira afirmou que se – de fato – a Sabesp não tivesse sido informada assim que o primeiro cano estourou o trabalho de recapeamento não conseguiria ter continuidade.

As obras de recapeamento da via tinham a previsão de serem entregues nesta terça-feira (18), mas por conta dos problemas apresentados, os trabalhos se estenderão por mais 26 dias.

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