O vereador Camilo Cristófaro (Avante) foi denunciado pelo Ministério Público à Justiça pelo crime de racismo. A denuncia ocorreu porque o vereador no dia 3 de maio, durante sessão na Câmara Municipal, foi flagrado pelo sistema de som dizendo “é coisa de preto, né?” A Polícia Civil investigou o caso e indiciou Cristófaro com base no artigo 20, parágrafo 2ª, da Lei de Crime Racial (7716/89).
A Delegacia de Crimes Raciais (Decradi) concluiu o inquérito após analisar o vídeo da sessão da CPI dos Aplicativos e ouvir o depoimento do vereador. Camilo Cristófaro tem sua base eleitoral no Ipiranga.
A denuncia do Ministério Público contra o vereador foi apresentada na sexta-feira (😎. Nela o promotor Bruno Orsini Simonetti disse que o parlamentar “depreciou e inferiorizou a coletividade de pessoas negras ao associá-la a comportamento reprovável (“é coisa de preto, né?”), ratificando estereótipos raciais negativos e reforçando representações culturais derrogatórias”.
O vereador admitiu ser o autor da frase racista e, segundo o promotor Bruno Orsini, “apresentou justificativas contraditórias quanto à sua conduta, ora afirmando que a frase se referia às dificuldades relacionadas à limpeza de carros da cor preta, ora que o dito não passou de uma brincadeira com pessoa de sua intimidade”.
Na denuncia o Ministério Público pede o reconhecimento de dano moral coletivo no caso, com pagamento de indenização à sociedade, além de perda de mandato e da função pública de Camilo Cristófaro.
O promotor diz que o vereador traiu a função pública ao “adotar postura desconforme à moralidade e à dignidade do cargo que ocupa”.
“[O parlamentar] externou durante sessão pública da Câmara de Vereadores injustificável desprezo racial, atitude que fomenta o ódio e a discriminação que historicamente assola a população negra, em franco desrespeito às finalidades da República Federativa do Brasil inscritas no artigo 3º da Constituição da República e à dignidade da pessoa humana”, declarou o promotor.
Fonte: com informações do IG
