Na terça-feira (23), outra árvore foi removida, desta vez, na Capela de Santa Luzia, localizada na Rua Gaspar Fernandes, 497, Vila Monumento. No local o serviço não foi realizado pelo poder público, pois a árvore estava dentro do terreno que pertencia ao local sagrado.
Porém, após pedidos e apoio de voluntários, ela foi finalmente cortada após ocasionar danos por conta de galhos podres que viviam caindo e danificaram a Capela. Sua raiz, inclusive, já estava saindo para a rua.
Conforme apurou a reportagem, a espécie plantada no local era uma Guapuruvu, considerada pouco resistente e famosa pelo seu rápido crescimento. Sua plantação não é recomendada para a cidade pois a madeira não é densa e seu ciclo de vida é muito curto.
Mesmo com as duas remoções realizadas, na General e na Capela, os problemas com árvores no Ipiranga e região continua denso e constante. Após as últimas notícias a respeito divulgadas no jornal, foram constantes as denúncias feitas de raízes que estão danificando calçadas, por exemplo.
Um dos casos ouvidos foi o de Marilene da Silva Leitão, 77 anos, moradora da Rua Olival Costa. Na porta de sua residência, uma espécie alta e com troncos largos está “invadindo seu território” com raízes e galhos de grande porte que caem, perigando ocasionar acidentes e até mesmo quebrar seu solo. Rachaduras nas paredes podem ser vistas por conta da espécie.
Segundo ela a árvore é bonita e quando plantaram, disseram que se tratava de um Ipê Branco, que “nunca deu flor”. “Ela está imensa, estourando a calçada, as raízes estão invadindo o jardim que eu tenho e já danificaram muro de rua. Daqui a pouco estará na parede dos quartos. Eu tenho medo que isso aconteça”, contou Leitão.
“Já pedi poda, remoção, tudo e sempre indeferido, então, eu não sei mais o que fazer”, expressou ainda. “Eu adoro árvore. Poderiam reduzir o tamanho e com poda de raiz, ou remover e plantar uma outra mais adequada ao tamanho da rua e da calçada”, concluiu pedindo ação das autoridades.
Henrique Marques Bagatta, 46 anos, é agrônomo e mora na Rua Honório dos Santos, próxima à avenida Nazaré. Por lá, três árvores com o mesmo problema já quebraram as calçadas e ocasionaram problemas nas residências e estabelecimentos vizinhos.
Em uma delas, inclusive, os galhos que encostam na fiação elétrica chegam a “pegar fogo”, por conta do atrito, conforme contou Henrique.
“O que eu gostaria é que fosse feita a remoção dessas três árvores. Eu, como engenheiro agrônomo, não autorizava, mas nessa questão é um caso emergencial desse processo de remoção. Hoje tem, na Subprefeitura, duas remoções e uma poda e o Subprefeito não faz nada na zeladoria da área verde do Ipiranga”, destacou Bagatta.
Tanto Henrique quanto Marilene – conforme já mencionado – fizeram reclamações a respeito na Subprefeitura, solicitando a remoção das espécies, mas até hoje, sem respostas efetivas.
Questionado a respeito das reclamações o Subprefeito do Ipiranga, Decio Oda, informou que “infelizmente temos uma quantidade enorme de ficus no Ipiranga que necessitam de remoção e estamos tentando a medida do possível, remove-los”.