Matéria

Parque atrai amantes da natureza que vão em busca de tranquilidade

Além de ser um marco para a história do Brasil, o Parque da Independência é também um grande centro de preservação da natureza no meio da cidade. As mais variadas espécies de plantas e animais que vivem no lugar são um dos principais motivos para os amantes de caminhada frequentarem o local. É o caso de Jacqueline Mairão, de 42 anos, e sua filha Nathaly Mairão, de 21 anos. “Aqui é muito melhor que qualquer academia. Podemos fazer exercícios ao ar livre em um ambiente sossegado e cheio de sombras”, ressalta Jacqueline. “Não tem nada melhor do que respirar um ar fresco e caminhar com esta paisagem.”
A vegetação do Parque é bastante heterogênea. Projetado pelo paisagista belga Arsenius Puttemans, entre 1906 e 1909, o jardim francês na frente do Museu Paulista, possuiu muitas azaleias, buxo e falsa-figueira-benjamim, canteiros de rosas e arranjos de palmeiras e pinheiros. Antonio Luiz Canteiro, de 63 anos, aproveita a calmaria do espaço para descansar com seus cachorros. Há 14 anos, ele trabalha com pets e leva os dogs de quem não pode para passear entre outros serviços. “Moro no Ipiranga há 55 anos e venho todos os dias. Aqui me sinto em paz e tranquilo, além de ser um ótimo lugar para os cachorros passarem o dia”, explica.
Assim como Antonio, centenas de pessoas visitam o Parque para admirar suas árvores e sua imensa área verde. No bosque, ao fundo do Museu, é possível encontrar espécies como araribá-rosa, canela, canela-branca, cedro, embiruçu, falsa-seringueira, figueira-mata-pau, imbiruçu, jatobá, marinheiro, pau-ferro, pinheiro-do-paraná, abacateiro, jaqueira e sapucaia. Segundo a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, foram registradas no Parque, 186 espécies de plantas, das quais oito estão ameaçadas de extinção como a cabreúva, a grumixama e o palmito-jussara.
Mas, se a flora chama a atenção pelas inúmeras sombras e tranquilidade que transmite, a fauna faz questão de ser barulhenta. Papagaios, periquitos, maracanãs e tuins são os reis da gritaria. Basta olhar para as palmeiras, que o visitante verá inúmeras aves. Os sanhaços são os mais comuns, junto com o sabiá-laranjeira e do campo. Bem-te-vis, rolinhas e o joão-de-barro também já estão acostumados a dividir o espaço com os frequentadores do Parque.
Mas nem todos os animais gostam de ser vistos. Entre os mais difíceis de serem achados estão o Gavião-carijó e o Quiri-quiri, os rapinantes que ficam sobrevoando a área em busca de alimento. Tem também os mamíferos, que são os preferidos das crianças. Os saguis são os mais exibidos e não hesitam em comer as bananas dadas por Arlion Nogueira Ferreira, que três vezes por semana leva frutas para ajudar na alimentação de duas famílias que vivem no Parque. Os saguis já estão acostumados com ele e chegam a comer na sua mão. Observador, Arlion já conhece a rotina dos animais. “É preciso saber o que eles podem comer e quais são seus hábitos. Faço isso há cinco anos e sou formado em agronomia e agropecuária. Tenho uma relação de muito amor com esses bichos”, explica.
As laterais do parque possuem ainda eucaliptos, jacarandá-mimoso, jaqueira, paineira, e sibipiruna. A administração orienta sempre que os frequentadores respeitem a fauna e a flora, para que o meio ambiente seja preservado e não sofra com as ações do homem.

Área Anexa
Desde 2013, quando a prefeitura comprou uma área anexa ao Parque da Independência por R$ 18 milhões, o destino do antigo terreno do Instituto Bom Pastor permanece indefinido. O projeto inicial era de que no espaço, localizado entre as ruas Bom Pastor e Sorocabanos, seria construído um auditório e uma arena para shows, além de trilhas e equipamentos de ginástica, mas até agora nada saiu do papel.
A ampliação da área do Parque da Independência foi fruto de uma intensa batalha judicial que teve início em 2006. O terreno pertencia ao Instituto Bom Pastor e foi comprado por uma construtora que pretendia levantar um condomínio residencial de alto padrão no local e, para isso, demoliu as edificações da antiga instituição, onde funcionou uma escola de moças e um abrigo de órfãos.
A Prefeitura, no entanto, conseguiu desapropriar a área e chegou dar início às obras no terreno baldio. Os trabalhos, porém, foram paralisados depois da descoberta de um antigo muro remanescente do Instituto Bom Pastor. O Departamento de Patrimônio Histórico da Prefeitura (DPH) encontrou no local ainda fragmentos de ladrilho hidráulico e outros objetos considerados significativos para o patrimônio da cidade. No terreno também está a Capela Bom Jesus do Horto, que abriga a Igreja Católica Ortodoxa da Anunciação, mais conhecida no bairro como Igrejinha dos Russos. Durante a 2ª Guerra Mundial, o local chegou a abrigar famílias refugiadas.
No terreno também deverá será construída uma pista de skate. Hoje, os skatistas utilizam o corredor central do parque e nem sempre a prática de manobras é pacífica com os demais frequentadores do local. A entrada do complexo será pela rua Bom Pastor, onde ficará instalado um centro de apoio ao turista.
Lideranças do bairro, como o advogado Valdir Abdallah, defendem que a Prefeitura deveria promover um debate com a população para buscar a melhor destinação à área, com os moradores do bairro participando diretamente das decisões. Entre os pedidos estão a construção de vestiários e banheiros para funcionários e para o público, pista de cooper, áreas de descanso com decks de madeira, playground e um cercado para cães.

Artigos relacionados

9 Comentários

  1. Today, I went to the beach front with my children. I found a sea shell and gave it to my 4 year
    old daughter and said “You can hear the ocean if you put this to your ear.” She put
    the shell to her ear and screamed. There was a hermit crab inside and it pinched her ear.
    She never wants to go back! LoL I know this is completely off topic but I had to tell someone!

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo